Páginas

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Cinza claro

      Tive dias de preto, dias de azul, roxo. Dias coloridos. E os dias cinzas não ficaram de fora; vieram arrebatando a caixa inteira de lápis de cor e anunciando o aluguel.
     Sendo assim, não sobraram restos nem de giz de cera. Os dias cinza escuro eram tenebrosos, tempestuosos. Naqueles dias, ouvi que a dor vem em ondas e me indaguei se minhas ondas já não haviam se tornado tsunâmis. As ressacas eram pros dias cinza claro. Sim, os dias estavam clareando, mas a neblina impedia a cor de entrar. Um dia, assim, qualquer, normal, cinza claro, resolvi abrir a janela só pra dar uma espiadinha e lá estavam elas pedindo pra entrar.
     Confesso que falei mal delas, reclamei, fiz pouco caso. Tinha cinza pra confidenciar, mesmo sendo um tanto mal humurada. Gélida. Ah, mas quando as vi ali da janela, tive saudade...
     Foi então que as deixei entrar de novo. Agora; ufa, é colorir e colorir. Ás vezes me dói o braço. Mas direi algo: - Eu apenas comecei. Cada cor no seu lugar.

Pâmelluk


"Desperta teus sentidos
para que não percas
tudo de belo e formoso
que te cercas.
Apaga a cinza de tua vida
e acenda as cores
que carrega dentro de ti."
Pablo picasso


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não se perca, viu? - Ache.