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terça-feira, 14 de junho de 2011

Na ponta dos dedos


Era uma manhã de domingo. Acordei as 7:00a.m silenciosamente, com certa precaução avistei a vassoura e a alcancei, varri cômodo por cômodo até tudo estar limpo, me certificando sempre de que meus pais estavam dormindo; então me arrumei, desci a rua e cheguei pronta pra mais uma manhã abençoada com o Papai. Assim foi domingo após domingo. Minha mãe muito rigída com limpeza. Mais tarde ela veria que isso não era primordial em sua vida.

Eu era de fato muito sedenta. Não era do tipo que queria água. Queria o rio. O mar.

Passaram-se 5 anos e quantas vezes apeguei-me a essas lembranças na ânsia de segurar a essência pelos cabelos. Em vão, é claro. Tai uma verdade sobre a essência: ela nunca vai embora. A enterramos com o que passou de bom. A essência é atemporal.

Conviver com o hoje e com a essência se tornou demasiadamente difícil para os que se julgam adultos.

Descobri que não quero voltar áqueles momentos onde apalpar as coisas era novidade. Quero o agora com o pacote inteiro, ainda que dentro do pacote eu encontre terras inexploradas e cá entre nós, isso é maravilhoso, extasiante. Além de já saber o funcionamento de algumas outras terras. Isso é bom, aliviante.

E a essência... ela tá aqui, em cada detalhe, na ponta dos dedos. É isso que importa.

Pâm

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